HISTORIOGRAFIA CONTEMPORÂNEA


A historiografia italiana foi muito produtiva e dialogou com várias escolas historiográficas. Filha atenta de seu tempo, a micro-história criou um método próprio. Todo o sucesso não foi só fruto da perspicácia destes historiadores, mas também da leitura que fizeram dos clássicos em relação com as inovações de sua época. Sobre essas influências pode-se concluir que:


A micro-história realizou uma releitura das escolas artísticas do século XV e XVI, na própria Itália.


Carlo Ginzburg foi fortemente influenciado pelo estruturalismo, Michel Foucault e Hyden White.


O marxismo e o positivismo são as maiores influências da micro-história.


A História das mentalidades e História cultural foram pontos de apoio importantes para a micro-história.


A micro-história dialoga com os filósofos naturalistas do século XIX.

Foi tarefa assumida pela História Social na Inglaterra das décadas de 1960 - 1970:


Analisar as perspectivas futuras do capitalismo em vista a pouca adaptação do proletariado em trabalhar colaborativamente com o crescimento econômico.


Compreender os esforços da classe operária inglesa na ascensão política da mesma em torno das revoluções vividas nos séculos XIX e XX.


Apresentar uma história que compreendesse o capitalismo liberal e trouxesse alternativas para a ampliação do universo do capital.


Apresentar uma história pautada no marxismo, pretendendo compreender as formulações e reformulações identitárias da classe operária nos séculos XIX e XX.


Ascender junto ao proletariado para a tomada do poder, buscando condições para uma redescoberta de suas funções e identidade no mundo de exploração do capitalismo.

“Tendo à direita o discurso historicista e à esquerda o discurso marxista, o grupo dos Annales ofereceu uma terceira via...” (DOSSE, François. A História em migalhas: dos Annales à Nova História. São Paulo: Ensaio; Campinas: Ed. da UNICAMP, 1992, p. 99). Em relação à essa “terceira via” proposta pela historiografia Annales, podemos afirmar que:
 
I. Tinha por objetivo combater a história política tradicional voltada exclusivamente para o Estado e para as classes dominantes.

II. Propunha uma aproximação com as demais Ciências Humanas e Sociais, por meio da interdisciplinaridade.

III. Afirmava que a única fonte histórica confiável eram os documentos escritos e oficiais.

IV. Propunha uma temporalidade linear semelhante à narrativa e a história factual.
 
É correto o que se afirma em:  


II e IV, apenas.


II e III, apenas.


I e II, apenas.


III e IV, apenas.


I, II e III, apenas.

Leia com atenção:
 
O nascimento dos Annales marca profundamente a reflexão dos historiadores tanto acerca da sua área de estudos como acerca do seu trabalho. O programa intelectual de que a revista é porta-voz surge, assim, novo, agressivo. Organiza-se em torno de uma proposta central: a urgência em fazer sair a História do seu isolamento disciplinar, a necessidade de que esteja aberta às interrogações e aos métodos das outras ciências sociais. REVEL, Jacques. A invenção da sociedade. Lisboa: Difel, 1990. p. 17-18. [História ENADE, 2008]
 
Conforme o trecho acima, a proposta de renovação historiográfica dos fundadores dos Annales opunha-se a um fazer historiográfico que encerrava a história num campo limitado de atuação, identificado à chamada escola metódica. Pode-se afirmar que essa oposição, naquele momento, apresentou as características a seguir:

I - Desvalorização dos eventos de natureza política, por serem insuficientes para explicar os processos históricos por si mesmos.

II - Defesa da interdisciplinaridade como forma de dotar a história de instrumentos mais eficazes para a análise dos complexos processos sociais.

III - Desenvolvimento de um novo programa de pesquisa, baseado na micro-história, em oposição à história política tradicional.

IV - Rejeição aos métodos de pesquisa empírica e ao uso maciço dos documentos, vistos como procedimentos anacrônicos.
 
São corretas APENAS as características:


II, III e IV.


II e III.


I e II.


III e IV.


I, II e IV.

Leia atentamente as afirmativas a seguir:

I - Pensar a classe operária é central para a análise da História social inglesa.

II - A classe operária é descrita na teoria tal qual se fez na realidade.

III - As aspirações políticas da classe operária nasceram de suas perspectivas, mas também por meio de seus líderes.

São corretas as afirmativas:


I, somente.


I e III, somente.


I e II, somente.


III, somente.


II e III, somente.

Leia atentamente o trecho a seguir: 

"A experiência entra sem bater à porta e anuncia mortes, crises de subsistência, guerra de trincheira, desemprego, inflação, genocídio. Pessoas estão famintas: seus sobreviventes têm novos modos de pensar em relação ao mercado. Pessoas são presas: na prisão pensam de modo diverso sobre as leis. Frente a essas experiências, velhos sistemas conceituais podem desmoronar e novas problemáticas podem insistir em impor sua presença." (Thompson, 1981, p. 17).

Assinale a alternativa que melhor explica este trecho escrito por E. P. Thompson em "A miséria da teoria ou um planetário de erros":


A realidade é dinâmica e a teoria deve se ajustar para melhor explicá-la.


A teoria é mais lenta que a realidade e não consegue explicar a mesma.


O pensamento é mais rápido que a realidade e por isso consegue explicá-la perfeitamente.


A realidade se transforma mais lentamente que a teoria.


A realidade é dinâmica e a teoria também, por isso há uma sincronia perfeita entre elas.

Com a frase "A proposta é historicizar a obra literária - seja ela conto, crônica, poesia ou romance - inseri-la no movimento da sociedade, investigar as suas redes de interlocução [...]" Sidney Chalhub indica que:


Deve o historiador utilizar-se da literatura crua, da forma que ela está, sem interpretação prévia.


A poesia é um relato figurativo de verdade, a história deve se afastar da mesma.


A história busca na literatura, poesia e outras artes, a ilustração, o exemplo.


O historiador deve tomar muito cuidado com a poesia, pois ela é falsa.


Para utilizar a literatura o historiador deve realizar uma operação de leitura e seleção rigorosa.

Leia com atenção o trecho a seguir:

Quanto ao fundo considerado autóctone de população tão movediça, uma persistente massa de dólicos morenos,5 cuja cor a África árabe e mesmo negra, alagando de gente sua largos trechos da Península, mais de uma vez veio avivar de pardo ou de preto. Era como se os sentisse intimamente seus por afinidades remotas apenas empalidecidas; e não os quisesse desvanecidos sob as camadas sobrepostas de nórdicos nem transmudados pela sucessão de culturas europeizantes. Toda a invasão de celtas, germanos, romanos, normandos - o anglo-escandinavo, o H. Europaeus L., o feudalismo, o cristianismo, o direito romano, a monogamia. Que tudo isso sofreu restrição ou refração em um Portugal influenciado pela África, condicionado pelo clima africano, solapado pela mística sensual do islamismo. (FREYRE, Casa Grande e Senzala)

A partir do trecho de Casa Grande e Senzala pode-se concluir que Freyre insiste na importância na formação do povo brasileiro da(o):


Muçulmano.


Português.


Africano.


Celta.


Europeu.

Sabe-se que os historiadores da Micro-História apresentam várias divergências teóricas, porém, existe um elemento que é comum. Nesse sentido, a Micro-História surgiu mais como uma proposta metodológica pautada na(o):


estudo etnográfico.


redução da escala de análise.


estudo das relações de poder.


ênfase na história biográfica.


análise das elites sociais.

Leia atentamente as afirmativas a seguir:

I - A vida privada é uma construção social.

II - O que os homens fazem na esfera pública não são as mesmas da esfera privada.

III - O econômico e o político costumam estar presentes na esfera privada.

IV - Aquilo que identificamos socialmente, que se manifesta em público, irá manifestar-se na esfera privada, mesmo que com outra roupagem.

É correto o que se afirma em:


I, II e IV, somente.


I, II, III e IV.


I e IV, somente.


II, III e IV, somente.


II e III, somente.

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